segunda-feira, 27 de julho de 2009

INTERNET NAS ORGANIZAÇÕES: BENEFÍCIOS OU MALEFÍCIOS NA PRODUTIVIDADE?

Antes de tudo, é importante colocar a definição de internet que pode ser entendida de uma forma geral como uma rede que interliga diversos computadores permitindo a comunicação e a troca de informação com facilidade e rapidez.
Ao olharmos para o contexto evolutivo dos meios de comunicação podemos observar que o avanço tecnológico vem proporcionando meios que nos permite menor disponibilidade de tempo para realizar contatos, fechar negócios, dentre outros fatores. Antigamente as empresas utilizavam cartas para contatar algum fornecedor, por exemplo, o que trazia uma demora inquestionável para obter o retorno. Nos dias de hoje esta nova ferramenta nos permite fazer contato com diversas localidades do mundo em um curto espaço de tempo e ainda nos oferece variedades de informações de todos os assuntos imagináveis.
Esta interatividade que a internet proporciona gera uma redução nos esforços para determinadas tarefas e com isso maximiza o tempo para maior produtividade. Mas será que na prática funciona desta maneira?
Infelizmente em muitas organizações a internet tem sido um fator que gera baixa produtividade, visto que os colaboradores passam boa parte do período de trabalho utilizando para o uso pessoal, enquanto as tarefas vão sendo deixadas de lado. E o que fazer diante desta situação?
A maior parte das empresas que enfrentam esta situação toma medidas drásticas bloqueando a ferramenta, mas certamente esta não é a melhor medida. Que a internet é um excelente meio de comunicação não há dúvidas e diante disso não deve ser excluída como instrumento de trabalho, é preciso educar os colaboradores para que passem a compreender que não pode ser utilizado para fins pessoais, da mesma forma em que o funcionário não tem permissão, por exemplo, em passar no posto de gasolina onde a empresa tem créditos e encher o tanque do seu carro.
Mário Persona em resposta sobre como a internet pode afetar o desempenho no trabalho, dada a uma entrevista a Revista Bens & Serviços da FECOMERCIO-RS, afirma que isso é uma questão cultural, e a empresa precisa educar seus colaboradores no uso das ferramentas. Algumas, quando descobrem que seus colaboradores estão usando de forma errada a Internet se livram das ferramentas, quando o certo seria se livrar das pessoas que não sabem utilizar as ferramentas. Se uma fábrica percebe que um colaborador está gastando tempo e energia usando uma máquina de furar elétrica, seria sensato adotar apenas furadeiras manuais?
Contudo, nota-se que é importante que as organizações criem a sua cultura buscando pessoas que se encaixe nela, e se caso não se enquadrar o melhor é desfazer do colaborador e não das ferramentas.
Analisando a Google pode-se verificar que é uma empresa que dispõe de uma área de entretenimento para os seus funcionários com salas de jogos, academias, massagens, dentre outros. Certamente esta organização funciona de forma harmoniosa porque contratam pessoas com um perfil que se adapte dentro da sua cultura e entendem que aquele espaço não é para ser utilizado o tempo todo e sim nos momentos em que as tarefas passam a não ser desenvolvida com tanto êxito devido ao cansaço mental.
Fica claro que a internet é um meio de comunicação eficiente e ágil, portanto deve sim ser utilizado pelas organizações, porém é necessário que eduquem os seus colaboradores de forma que adquiram a sensatez de que não é um instrumento para o uso pessoal, mas sim para adquirir conhecimentos e facilitar o seu próprio trabalho.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

SUSTENTABILIDADE: UM MODELO DE DESENVOLVIMENTO ESSENCIAL PARA O TURISMO BRASILEIRO

A fase de transição do século XX para o século XXI foi marcada por uma série de transformações que acarretou uma grande expansão do setor terciário, contrariando a tendência que predominou a maior parte do século passado onde a indústria garantia a economia mundial.
No bojo destas mudanças ocorreu um crescimento acelerado do setor turístico que passou a ser uma força propulsora em todo o mundo, movimentando a economia em enormes dimensões e assim ultrapassou várias atividades tradicionais. O desenvolvimento do turismo iniciou no século XIX com a Revolução Industrial, onde as pessoas conquistaram tempo, dinheiro e disponibilidade para viajar. No decorrer do tempo o capitalismo foi se firmando, os seres humanos passaram a viver diante de uma rotina turbulenta com violência urbana, congestionamento, poluição e pressão no trabalho, fatos estes que despertaram a necessidade da prática do lazer. Estes acontecimentos foram responsáveis pelo boom do turismo, aumentando o fluxo de demanda em vários centros receptores do mundo.
A atividade turística é complexa e dinâmica, visto que se relaciona com diversos setores, com o meio ambiente, com a cultura, com a sociedade e ainda depende de ações do poder público para o seu progresso.
Diante deste fato verifica-se que o turismo exige um olhar diferenciado para o seu desenvolvimento, não podendo ser tratado apenas como um vetor econômico, mas também deve ser considerado um fenômeno sócio-cultural, pois há uma interação entre turista, sociedade, cultura e meio ambiente. Ressalta-se ainda, que o turismo é um setor que pode gerar inúmeros benefícios quando é praticado com seriedade envolvendo os seus diversos aspectos, mas em contrapartida pode trazer vários prejuízos quando é visto apenas sob o enfoque econômico.
Surgi então à necessidade de adotar um modelo de desenvolvimento mais amplo, que além do crescimento econômico vise também o bem estar social e o uso racional de seus atrativos. Nesse sentido, aparece à sustentabilidade, um termo que tem se consolidado nas discussões atuais em todo o mundo.
A World Conservation Union (apud OMT, 2001, p. 245) define como: “o processo que permite o desenvolvimento sem degradar ou esgotar os recursos que tornam possíveis o mesmo desenvolvimento.”
Nota-se que é um modelo de desenvolvimento que utiliza seus recursos de maneira que não destrua para que as gerações futuras possam desfrutar. Contudo, pode-se compreender que é um procedimento essencial para o turismo, já que este depende da natureza, da cultura, da sociedade e da economia que são partes integrantes do seu produto.
Atualmente tem se falado muito em sustentabilidade ecológica que passa a ser uma preocupação para a maior parte dos indivíduos que vem sentido os impactos como o aquecimento global, porém para a atividade turística não basta buscar apenas a preservação do meio ambiente é fundamental que conserve também a cultura e a sociedade, proporcionando assim uma melhor qualidade de vida.
Para atingir este novo modelo no turismo, uma estratégia se faz necessária, ou seja, é imprescindível a implantação de um planejamento que se tornou diante das novas perspectivas mundiais uma ferramenta indispensável para o manejo do setor. Através desta técnica será possível fazer um diagnóstico da atual realidade que indicará ações que devem ser feitas para buscar a sustentabilidade. Ainda vale ressaltar que este planejamento deve ser revisado, pois a atividade é meramente frágil, podendo ocorrer à necessidade de mudanças ao longo dos acontecimentos. Um exemplo claro que o segmento está exposto a transformações que não se espera é a epidemia da “gripe A” que se espalhou por diversos locais do mundo, afetando negativamente o fluxo de pessoas por estes lugares.
Em se tratando do Brasil, pode-se observar que algumas cidades passaram a entender a necessidade de implantar um planejamento que direcione a preservação, porém ainda em porcentagem muito reduzida, dado que a maioria ainda pensa exclusivamente nos aspectos financeiros, olhando somente para o lucro do negócio.
Como mudar esta realidade?
O primeiro passo é do poder público, que precisa direcionar suas ações nos processos de planejamento não visando apenas à elevação da demanda, deve olhar também para a qualidade do produto oferecido, requisito principal diante das exigências dos novos consumidores do século XXI. O governo federal tem investido densamente em campanhas publicitárias e créditos facilitados para viagens, mas não se escuta falar em projetos de educação turística, de qualificação profissional, de implantação de leis que regulamente a profissão de turismo, de estudo de capacidade de carga, dentre outras ações que são indispensáveis para um desenvolvimento responsável e saudável. No entanto, o poder público estadual e municipal segue o mesmo caminho, não se preocupando em buscar ações que sustente a prática e gere benefícios ao pólo-receptor.

Em relação aos empresários do ramo também é necessário uma transformação em seu conceito de organização turística, precisa buscar novos processos direcionados ao sistema de qualidade especialmente quando se refere à mão de obra qualificada, deixando de lado assim, a estrutura familiar que predomina em várias empresas do setor.
A população local também é peça fundamental na produção do turismo, deve se integrar nas decisões do planejamento, pois através desta atitude perceberá que o desenvolvimento com responsabilidade pode melhorar a sua qualidade de vida.
E por último o turista, que necessita compreender que não pode degradar o meio ambiente, agredir os costumes locais, incomodar os residentes, para que possam usufruir de tal localidade pelo resto de suas vidas e não tirar a oportunidade de futuras gerações desfrutarem também.
Fica claro que para o Brasil alcançar o turismo sustentável é preciso uma mudança no comportamento e nas atitudes de todos que integram a atividade e para isso o poder público federal deve-se preocupar em desenvolver o setor, já que maior parte das cidades brasileiras possui apenas potencialidade turística e está longe de ser considerado um verdadeiro produto turístico.